Uma viagem mágica, repleta de experiências.
Andar pelas ruas da Turquia é viver o tradicional e o
moderno, é perceber que o antigo e o novo podem caminhar juntos no mundo
contemporâneo.
A minha viagem sempre começa muito antes, quando mergulho na
internet em busca de contatos, endereços e quase que como um detetive encontro
pérolas que terão muito a me ensinar, neste momento já vou me conectando com a
cultura local e me preparando para o que vou encontrar.
Eu sabia que uma nova onda de modismo vinda das novelas
globais com autoria de Glória Peres estava por vir, mas não foi este o meu maior
motivo. Não fui à Turquia movida pela novela Salve Jorge e sim para realizar
parte das minhas pesquisas em danças ciganas pelo mundo, o material que eu encontraria
lá era algo que me faltava. Tive aulas com pessoas maravilhosas, cada uma delas
contribuiu a sua maneira para eu absorver e incorporar a dança cigana turca da
minha maneira.
Em Istambul tive aulas com Reyhan Tuzsuz, linda, simpática,
alegre e amigável foi com quem passei mais horas estudando. Naci Songur, músico
que ensina danças folclóricas turcas e música para crianças em um Centro
Cultural, me deu uma boa noção de ritmo e suas aulas me auxiliaram na
compreensão do ritmo cigano turco, conhecido por 9/8.
Ainda em Istambul, o encontro com uma das lendárias bailarinas de dança do
ventre, Princess Banu, com mais de 35 anos de experiência e que ainda guarda o
glamour de ter sido uma bellydancer superstar. Uma aula de dança do ventre
estilo turco, enriquecida por conversas sobre a dança do ventre egípcia e
turca, as diferenças no seu ponto de vista. Mais interessante do que a aula foi
o encontro com esta personalidade e a maneira de se dançar, de se ensinar, que
ainda carrega conceitos antigos e que nos fazem refletir sobre a dança atual.
Eu, Marah e Naci Songur |
De Istambul para Capadócia, outro universo. Uma paisagem que sou incapaz de traduzir em palavras, mas que guardo a sensação de vivencia-la. Lá o contato com mais duas ciganas, com maneiras de dançar muito próprias, ampliaram o meu olhar acerca da dança cigana turca e o modo de vida cigano no Turquia. O medo de “ser cigano”, o preconceito para com esta comunidade na maioria pobre e a indiferença paralela à importância deles para a música e dança turca.
Clara Sussekind e Saphyra |
Saphyra dançando em Harmandali restaurante - Uçhisar - Capadócia |
Para falar sobre minha estada e dança na Turquia renderiam
muitas e muitas páginas, pois são muitas histórias para contar, muitas
experiências vividas, muita coisa aprendida... Por isso, fico por aqui.
Saphyra - Cristiane Wilson
30/10/2012
Saphyra - Cristiane Wilson
30/10/2012